terça-feira, 7 de julho de 2009

confiar ou não confiar? eis a questão!


Os minutos antes de dormir são sempre muito produtivos para mim. Na maioria das vezes, é angustiante e acaba em lágrimas também, contudo, algo positivo (por menor que seja) sempre me aparece.
É nesse momento de divagações, devaneios e flashbacks que eu tento fazer um balanço do meu passado, das escolhas que fiz e das que deixei passar, do que eu não vivi, assim como também analiso as possibilidades para o meu futuro. Visualizo a pessoa que eu estou me tornando, o que eu posso me tornar, o que eu GOSTARIA de me tornar. Penso, logo não durmo.
Meus pensamentos são, contraditoriamente, meus melhores amigos e ouvintes, como também, meus piores inimigos. Ao mesmo tempo em que penso sobre tudo sem receio, sem censura, meus pensamentos também me traem e me deixam abandonada com as dúvidas.
Se sentir só, sem amigos verdadeiros, sem ter em quem realmente confiar, é algo que simplesmente te deixa sem chão. Você pode ter vários colegas, mas você tem AMIGOS? Pois eu posso contar nos dedos o número de amigos que encontrei durante a minha vida até hoje. E eu nem precisaria usar as duas mãos para contar...
A família é, muitas vezes, o lugar onde você pode encontrar confiança, base, apoio, conselhos, mas até mesmo na família, você se sente sozinho algumas vezes. Em certos momentos, é difícil para a família entender seus questionamentos, suas angústias. “Mas tu tens tudo e ainda reclama de barriga cheia, isso chega a ser pecado, menina!”
E quando eu falo em família, quero deixar claro que refiro-me à família nuclear, composta por pai, mãe e irmãos. Demais parentes e afins muitas vezes são mais causadores de conflitos e inveja do que muitos desconhecidos. E quando o tapa na cara vem de alguém que tem o mesmo sangue que o seu – os tais parentes e afins – a dor é maior, porque você esperava que isso não acontecesse.
Voltando o foco deste devaneio para os meus excelentíssimos “amigos”, cheguei à triste (e tardia) conclusão de que é hora de deixar de ser essa menina boba, ingênua e que confia nas pessoas. Confia porque (ainda) acredita nelas, acredita no ser humano. É chegada a hora de encarar a realidade de que estou sozinha e de que será sempre assim. Ou supero este fato e sigo em frente da melhor maneira possível, ou nunca sairei deste mesmo lugar que venho ocupando por tanto tempo.
Falar é fácil, como dizem por aí, mas na hora de colocar o belo discurso em prática meto os pés pelas mãos e acontece tudo novamente. Eu acredito de novo nas pessoas, confio, conto meus segredos, meus medos, me abro. E, então, já é tarde demais outra vez...


“É preciso endurecer sem jamais perder a ternura”
Ernesto Rafael Guevara de la Serna




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