sexta-feira, 23 de abril de 2010

EU JÁ SABIA!!

Sim, eu já sabia que mesmo se eu ficasse meses sem escrever aqui, quando eu voltasse as coisas estariam do mesmo jeito. As coisas simplesmente não mudam. Algumas coisinhas aqui, outras ali... e a rotina! Eu sou uma pessoa tão monótona, tão entediante, tão, tão o quê mesmo? Tão sem conteúdo que nem mesmo sei o que escrever aqui. Talvez eu só tenha algo para falar quando estou no inferno astral ou passando pelos meus momentos [pseudo] depressivos.
Não sei se isso é bom ou ruim. Anyway...


ENTEDIANTE

Antonio Miranda


"desfiles enfileirados

sonhos envidraçados

(embaçados):

um depois do outro

o tempo retrocedendo

eu vendo, no retrovisor

— em sendo, o que é? —

sim! tempo enfileirado

de trás prá diante

eu diante do antes

(antes assim)

o adiante não adianta

— eu estagnado

ambivalente

as nuvens se desfazem

e se refazem

— eu, nem tanto

e entretanto"

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Querido Diário...

... na primeira semana do ano de 2010, eu achei que estivesse de férias, recebi a notícia de que as minhas não-férias haviam acabado, junto com a notícia de que um menino da casa-lar na qual eu faço estágio, faleceu. Fiquei abalada, completamente desestruturada. Chocada. Confusa, sem saber o que fazer. Quis fugir do mundo, queria minha mãe, meu pai, meu irmão e minha irmã todos ao meu lado. Não queria ir trabalhar hoje. Fui trabalhar, morrendo de medo de desabar na frente das crianças. Elas me deram muita força, mesmo sem saber o que estavam fazendo. Cheguei em casa, liguei pra minha mãe. Desabei de novo. Decidi não ir mais à casa-lar. Mandei um email pra minha supervisora, lhe contando sobre a minha decisão. Em resposta, ela me mandou um email lindo, com agradecimentos e palavras positivas. Fiz psicoterapia online com uma das minhas melhores amigas, que também me animou um pouco.

Hoje é só terça...


Que foi? Nunca ouviu aquele ditado "em casa de ferreiro, espeto de pau"
Sou estudante de Psicologia? Sim. Mas antes disso, sou como qualquer outro ser humano.
Tenho minhas necessidades, meus momentos de desespero e de surtos.


O jeito psicólogo de ser (autor desconhecido)

O psicólogo não adoece, somatiza
O psicólogo não transa, libera a libido
O psicólogo não estuda, sublima
O psicólogo não dá vexame, surta
O psicólogo não fofoca, transfere
O psicólogo não tem ideia,tem insight
O psicólogo não resolve problema, fecha a gestalt
O psicólogo não muda de interesse, altera a visão de fundo
O psicólogo não se engana, tem ato falho
O psicólogo não fala, verbaliza
O psicólogo não conversa, pontua
O psicólogo não responde, devolve a pergunta
O psicólogo não desabafa, tem catarse
O psicólogo não é discreto, é espontâneo
O psicólogo não dá palpite, oferece alternativa
O psicólogo não fica triste, sofre angústia
O psicólogo não acha, intui
O psicólogo não faz frescura, regride
O psicólogo não mente, resignifica
O psicólogo não paquera, estabelece vínculos
O psicólogo não é gente, é estado de espírito...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Um ponto final.

Tanta coisa aconteceu desde as últimas postagens... Pra ser sincera, não li e não lembro o que escrevi nas últimas vezes.

Um show incrível, um emprego abençoado, uma viagem com a família, festas de final de ano, ano novo. Férias? Não, sem férias e com uma notícia terrível: uma morte.

Quanta coisa passando pela minha cabeça agora. Difícil organizar tudo isso. Difícil encontrar as concordâncias e as palavras, a forma correta de escrever, os acentos, os pontos. O ponto final.

Medo desses pensamentos e ideias que insistem em permanecer na minha cabeça. Mais do que permanecer, ficam martelando na minha consciência - se é que estou realmente consciente de algo - latejando. Medo de surtar. Medo de mim.

"Atirei-me na cama. Estava cansado (...) mas sabia que não ia conseguir pegar no sono. Minha cabeça estava louca demais. Os pensamentos quicavam dentro de meu crânio como um enxame desordenado de abelhas. Barulhentas. De vez em quando, davam uma ferroada. Deviam ser vespas, não abelhas. As abelhas morrem depois de picar. E os mesmos pensamentos ficavam me picando sem parar" Breaking Dawn - Livro II, Jacob. Página 122.

Queria poder ficar trancada em casa, incomunicável, esquecida. Sem falar com ninguém fora da minha casa. Sim, sou covarde, medrosa, insegura e não quero encarar a realidade.